
Zumbi dos Palmares
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A abolição da escravidão no Brasil não foi apenas uma lei; foi fruto da coragem, resistência e protagonismo da população negra, temas relevantes para quem estuda para o ENEM.
Você sabia que a abolição foi resultado de uma longa luta muito antes da assinatura da Lei Áurea em 1888? Ao contrário do que ainda aparece em alguns livros de história, que resumem o processo abolicionista a acordos diplomáticos do século XIX ou à ação benevolente de uma princesa, a luta que resultou no fim da escravidão foi uma ação da população negra, resistente e corajosa desde o início da colonização.
Isso não significa que os acordos políticos não tiveram importância, mas eles foram consequência da pressão exercida por uma população oprimida e sedenta de liberdade.
Desde o período colonial, homens e mulheres negros resistiram de diversas formas: fugiam, formavam quilombos e organizavam revoltas. Nesse contexto, o Quilombo dos Palmares, sob a liderança de Zumbi e Dandara, tornou-se um grande símbolo da luta por liberdade. Na segunda metade do século XVIII e ao longo do século XIX, outras figuras como Luísa Mahin (mãe de Luiz Gama e integrante da Revolta dos Malês de 1835), Tereza de Benguela (líder quilombola) e o advogado Luiz Gama mostraram que a abolição foi conquistada com coragem e inteligência, e não com a bondade da elite.
Portanto, é essencial analisar o processo abolicionista sob uma perspectiva decolonial, rompendo com a visão eurocêntrica da história e trazendo à luz os personagens marginalizados. Essa abordagem permite compreender que a liberdade foi uma conquista da população negra, cuja resistência e protagonismo devem ser lembrados e celebrados, sendo um ponto importante para quem busca se preparar para o ENEM.
Matéria escrita pelo Professor Sandro Vital, educador do Colégio Nacional.
Fonte: g1
