
Homem é acusado de estupro de vulnerável e por indução ao aborto
Arquivo pessoal
O ex-servidor da Saúde de Porto Walter, interior do Acre, preso desde o ano passado por abusar, engravidar e obrigar uma menina de 13 anos a abortar, será julgado pelos crimes no próximo dia 14 de novembro em Cruzeiro do Sul.
A informação foi confirmada ao g1 pelo advogado Jairo de Castro, que defende o acusado. A defesa arrolou cerca de cinco testemunhas para o julgamento.
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O homem responde por estupro de vulnerável e por indução ao aborto. Os abusos foram descobertos em junho de 2024 quando moradores da Rua Amarizio Sales, no bairro da Portelinha, encontraram um feto dentro de uma sacola deixada na parte de trás do quintal de uma casa.
Nove dias depois, a Polícia Civil descobriu que uma adolescente de 13 anos tinha deixado o feto no local. Ela afirmou, em depoimento, que foi obrigada a tomar medicamentos abortivos e, posteriormente, a jogar o feto em um quintal.
Na época, o homem negou as acusações quando foi preso.
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A vítima disse à polícia que estava no sexto mês de gestação e que os pais não sabiam da gravidez. Eles também foram ouvidos na delegacia da cidade.
O ex-servidor público era pré-candidato ao cargo de vereador no município na época. Ele foi preso e levado para Cruzeiro do Sul, onde permanece desde então.
Tese da defesa
O advogado Jairo de Castro confirmou que o cliente confessou depois que mantinha encontros com a vítima, mas não sabia que ela era menor de 14 anos. “Tinha encontros casuais com ele e com outras pessoas. Já tinha uma vida sexual ativa. Ele sabia que ela era menor, mas não que tinha 13 anos”, alegou.
Ainda segundo o advogado, o homem não sabia que a adolescente estava grávida. Ele alega que a vítima pediu uma quantia em dinheiro, mas não contou como usaria.
“A participação dele foi no fornecimento de um valor solicitado por ela. Não sabia que tinha a finalidade de comprar o medicamento abortivo. Até hoje não sabe se ela comprou mesmo”, argumentou.
Em outubro de 2024, o feto foi exumado a pedido da Polícia Civil de Porto Walter para que fosse feita uma nova perícia.
O advogado afirmou que o cliente não fez o exame de DNA para comprovar a paternidade por orientações dele.
“Orientei que só se submetesse ao exame com a minha presença. Nas duas oportunidades em que foram feitas as tentativas de coleta, eu não estava presente. Esse foi o motivo da recusa dele a se submeter ao exame”, justificou.
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Fonte: g1
