Aeroporto de Congonhas passa ter 20 câmeras integradas ao programa de reconhecimento facial Smart Sampa


Aeroporto de Congonhas passa ser monitorado por 20 câmeras do Smart Sampa
O Aeroporto de Congonhas passou a contar, a partir desta terça-feira (11), com 20 câmeras integradas ao Smart Sampa, programa da Prefeitura de São Paulo que faz reconhecimento facial e análise de imagens em tempo real.
As câmeras foram instaladas em pontos estratégicos, como as áreas de embarque e desembarque e calçadas externas. Ao todo, o aeroporto tem 650 câmeras.
O anúncio foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Uma das principais vitrines da sua gestão, o Smart Sampa tem mais de 40 mil câmeras espalhadas pela cidade.
Segundo a prefeitura, ajudou a encontrar mais de 2,2 mil foragidos da Justiça, prender mais de 3.400 pessoas em flagrante e encontrar 119 desaparecidos.
A intenção de estender o programa ao aeroporto é reforçar a segurança de um dos pontos com o maior fluxo de pessoas da cidade.
No último domingo, o Fantástico mostrou que um chileno de 65 anos foi preso em São Paulo suspeito de furtar malas de passageiros nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos.
Congonhas passa a ter câmeras integradas ao Smart Sampa
Reprodução/TV Globo
Critérios
Durante o anúncio em Congonhas, Nunes explicou quais os critérios adotados para definir onde essas câmeras são instaladas e disse que, em breve, o Capão Redondo, uma das regiões mais violentas da cidade, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, receberá novos equipamentos.
Você tem as câmeras onde passa muita gente, como a região central, onde passam 1 milhão de pessoas por dia. O critério são os índices de criminalidade. A gente tem uma questão para corrigir no Capão Redondo, onde já estamos instalando, porque tinha um número menor de câmeras, incompatível com o número de ocorrências.
Câmeras do Smart Sampa na cidade de São Paulo
Reprodução/TV Globo
Críticas ao programa
Apesar dos números divulgados pela prefeitura, um estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) apontou que o Smart Sampa “vigia, mas não protege” o cidadão.
A pesquisa, divulgada em agosto deste ano, concluiu que não houve queda significativa nas taxas de furtos, roubos ou homicídios após a instalação do sistema.
Além disso, o estudo não registrou aumento na produtividade policial, medida pelo número de prisões em flagrante ou cumprimento de mandados judiciais.
Nosso estudo demonstra que as câmeras do programa Smart Sampa não se mostraram efetivas, porque, após mais de um ano de operação, não há qualquer evidência estatística de impacto na redução desses crimes, nem tampouco no aumento de prisões em flagrante ou por mandado judicial.
Para a coordenadora de pesquisa do CESeC, é preciso refletir sobre o custo de oportunidade dessa escolha.
Segundo ela, esses recursos poderiam ser destinados a políticas com “comprovado impacto na redução da violência, como o fortalecimento do policiamento comunitário, programas de prevenção em territórios vulnerabilizados, urbanismo social, políticas de juventude e iluminação pública”, afirmou.
Na época da divulgação, a prefeitura argumentou que o estudo adota “comparações inadequadas e tem falhas de metodologia. Portanto, é incorreto afirmar que o Smart Sampa tem ‘efeito zero'”. (Leia mais aqui.)

Fonte: g1