Aldeia COP: 3 mil indígenas participam da Conferência Mundial do Clima

Três mil indígenas participam da COP30 e estão hospedados na Aldeia COP
O povo das florestas estão cantando alto na grande Aldeia de Belém.
João tem nome de gente, mas não sabe o que é COP. Sente falta da floresta e de um cipó para balançar. É o único incomodado no pedaço. Em torno dele, 3 mil seres humanos sabem exatamente por que estão lá.
“A gente vem saindo de todos os lugares para chegar a dizer, as nossas vozes, dizer que nós estamos vivos, nós estamos resistindo e vamos continuar existindo”, diz Alessandra Korap Munduruku, da Terra Indígena Munduruku.
Existir cantando. Se o ritual fosse somente do povo Munduruku, já seria colorido e diverso. Mas na Aldeia COP, estão juntos, convivendo lado a lado, mais de 100 povos de todos os estados do Brasil. Se para quem não é indígena tudo parece novidade, para os indígenas parece também. Jucimeire Teixeira Garcia vive em uma aldeia do Rio Negro. Acabou de comprar uma pulseira feita no Xingu.
“São traços muito bonitos que a gente vê dos nossos parentes, que vêm de outros estados, que são povos indígenas originários, assim como a gente”, diz Jucimeire Teixeira Garcia, coordenadora do Departamento de Jovens Indígenas do Rio Negro.
São línguas, crenças, culturas muito diferentes dividindo a fila do almoço. E a todo momento um canto irrompe e predomina. Não é um alojamento, é uma aldeia. Lá, os indígenas seguem com a rotina e com as tradições que eles mantêm dos lugares de onde vieram.
Os povos que estão reunidos em Belém querem que esse canto seja ouvido pelos negociadores da COP. O líder dos Kaiapós levou a mensagem. É o cacique Raoni, de 93 anos.
“As florestas precisam ainda estar vivas nessa Terra pra que haja sombra, haja o ar pra que possamos respirar”, diz Raioni.
O povo Kayapó está presente e o mundo entende o que eles querem dizer.
Três mil indígenas participam da COP30 e estão hospedados na Aldeia COP
Reprodução/TV Globo
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Fonte: g1