
Elizabete Arrabaça é indiciada por tentativa de homicídio da amiga
A Polícia Civil indiciou Elizabete Arrabaça, de 68 anos, pela tentativa de homicídio de uma amiga em 2017, em Pontal (SP). É o terceiro caso envolvendo o uso de veneno por parte da idosa. Segundo a investigação, a mulher, de 78 anos, passou cinco dias internada, sendo dois na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), após tomar um medicamento fornecido por Elizabete.
O laudo elaborado com base nas informações de prontuários médicos apontou que a paciente teve diarreia, vômito intenso, falas confusas, sudorese e outros sintomas compatíveis com intoxicação externa por agente químico.
De acordo com a polícia, a amiga consumiu veneno sem saber o que estava tomando.
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Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Como suspeitas surgiram
As investigações só foram possíveis depois que Arrabaça foi presa em maio deste ano por suspeita de envenenar e matar a nora em conluio com o filho, o médico Luiz Antonio Garnica.
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em março deste ano em Ribeirão Preto (SP) e o laudo toxicológico apontou chumbinho no organismo dela.
Arrabaça e o filho foram acusados do crime por causa de dinheiro. Segundo a polícia, Larissa queria o divórcio porque havia descoberto uma traição do marido. Como mãe e filho estavam endividados e para manter o patrimônio nas mãos de Garnica em caso de separação, eles decidiram matar a professora. Os dois serão levados a júri popular pelo homicídio.
Arrabaça também foi denunciada pelo Ministério Público pelo assassinato da filha Nathália Garnica, morta envenenada em fevereiro deste ano em Pontal (SP), um mês antes de Larissa. A Promotoria sustenta que a idosa queria ficar com a herança da filha.
A denúncia do caso de Nathália ainda aguarda decisão da Justiça.
Nathália Garnica, Elizabete Arrabaça, Larissa Rodrigues, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
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Amiga tomou remédio
A amiga foi madrinha de casamento de Elizabete e as duas eram muito próximas. Há oito anos, Elizabete ofereceu um colar à mulher, mas ela se recusou a comprá-lo. Por esse motivo, a idosa teria agido contra a vida dela, segundo o delegado José Carvalho de Araújo Júnior, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC).
Para a polícia, a análise no prontuário médico da época feita agora pelo Instituto Médico Legal (IML) não deixa dúvidas sobre a tentativa de envenenamento.
“Encontramos essa prova técnica, o laudo dizendo o que aconteceu, o tratamento ao qual ela foi submetida. Isso levou a polícia a entender que ela tentou também envenenar essa amiga e não conseguiu (…) Nós temos o lado da vítima que recebeu dela uma cápsula de omeprazol e, em seguida, foi para o hospital”, diz Araújo Júnior.
O advogado Bruno Corrêa Ribeirão Preto, SP
Cacá Trovó/EPTV
Defesa
A defesa de Elizabete contesta a acusação. Segundo o advogado Bruno Corrêa, não há evidências de que a idosa tenha tentado envenenar a amiga e a alegação da Polícia Civil é frágil.
“O que a gente verificou no laudo é que embora ele traga algumas semelhanças, os sintomas que a senhora Neuza teve com o envenenamento, o próprio laudo traz que não existe nenhuma certeza, que não é possível a certeza em afirmar que de fato o envenenamento aconteceu. Na verdade, esse laudo é 50, 50, e para o direito penal, isso não serve. Teria que ter uma prova”, afirma.
Elizabete ainda deve ser ouvida pela Polícia Civil no dia 16 de dezembro. Depois disso, o inquérito deverá ser relatado ao Ministério Público.
Ela está presa preventivamente na Penitenciária de Tremembé (SP).
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Fonte: g1
