Após megaoperação, Zema compara Rio com Gaza e diz que cidade está em guerra


Após megaoperação, Zema compara Rio com Gaza e diz que cidade está em guerra
O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência em 2026, Romeu Zema (Novo), fez críticas ao governo federal após a megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos nesta terça-feira (28). Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele comparou a capital do RJ com a Faixa de Gaza e disse que a cidade está em guerra.
“Eu olho aqui para essas cenas de terror no Rio e parece que eu estou olhando para as cenas da guerra lá da Faixa de Gaza. Até drone com granada os traficantes usaram. O que está acontecendo lá no Rio é um absurdo”, declarou.
Na publicação, Zema também afirmou que o presidente Lula (PT) tem se recusado a enviar blindados para garantir proteção aos policiais envolvidos nas ações. Além disso, criticou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por, nas palavras dele, atacar o governador Cláudio Castro (PL) em vez de oferecer ajuda.
“Mais uma vez, as forças policiais de um estado tem de enfrentar sozinhas essas facções terroristas. Mais uma vez, o ministro do Lula, em vez de ajudar, vem criticar o governador do Rio por ter enfrentado o Comando Vermelho”, completou.
Zema ainda repercutiu a recente declaração de Lula sobre os traficantes serem “vítimas dos usuários de drogas”. O presidente virou alvo de uma polêmica ao falar sobre o enfrentamento às drogas durante entrevista à imprensa em Jacarta, na Indonésia, na semana passada.
“O Lula acabou de dizer recentemente que os traficantes são vítimas dos usuários. Será que você concorda com isso? As facções estão tomando conta do Brasil, e está na hora de a gente dizer chega, basta”, concluiu.
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Troca de acusações
A megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha foi considerada a mais letal da história do estado. Após a ação, houve troca de acusações entre o governador do RJ, Cláudio Castro, seus aliados e o governo federal.
De um lado, Castro afirmou que estava “sozinho” no enfrentamento ao crime e que a gestão do presidente Lula se recusou a ajudar com blindados em outras ocasiões.
Do outro, o Palácio do Planalto respondeu que nunca recebeu pedido formal de GLO, mecanismo necessário para atuação do Exército nas ruas da Rio, e que as Forças Armadas só poderiam atuar mediante decreto presidencial.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o caso no Rio de Janeiro foi uma “operação extremamente cruenta (com muito sangue derramado) e violenta”.
“É muito importante que se diga que a responsabilidade da segurança pública é dos governos estaduais. Com a PEC da Segurança Pública queremos inverter essa operação, queremos fazer com que todas as forças colaborem entre si, mudar esse panorama”, completou Lewandowski.
Lula ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. Ele estava retornando de viagem para a Ásia e foi informado sobre a operação ao chegar a Brasília na noite de terça (28), conforme interlocutores do presidente. Nesta quarta, ele passou a manhã reunido com ministros no Palácio da Alvorada.
Como foi a megaoperação, segundo a polícia
O governo do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira (29) 121 mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho. Foram 4 policiais e 117 suspeitos, de acordo com o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi.
Os policiais começaram a operação entrando no Alemão, segundo a PMRJ. Em seguida, no Complexo da Penha, a estratégia foi seguir traficantes e levar os criminosos pela trilha de mata até o ponto mais alto, na Serra da Misericórdia.
Já na Serra da Misericórdia, policiais do Bope, que estavam posicionados no topo formaram uma espécie de ‘muro’ para cercar os bandidos que tinham sido empurrados até lá.
“Distribuímos as tropas pelo terreno. O diferencial, em relação às imagens que mostravam criminosos fortemente armados buscando refúgio na área de mata, foi a incursão dos agentes do Bope na parte mais alta da montanha que separa as duas comunidades. Essa ação criou o que chamamos de ‘muro do Bope’ — uma linha de contenção formada por policiais que empurravam os criminosos para o topo da montanha”, detalhou o secretário da PMRJ, Marcelo de Menezes.
Conforme a polícia, a grande maioria das mortes teria acontecido neste local de mata, numa região mais alta da Serra da Misericórdia. Segundo Menezes, a ação de “encurralar” os criminosos teve como principal objetivo proteger a população.
“O objetivo era proteger a população e garantir a integridade física dos moradores do Alemão e da Penha. A maioria dos confrontos, ou praticamente todos, ocorreu na área de mata”, garantiu o secretário, frisando que o confronto se iniciou às 6h e terminou às 21h.
Infográfico – Operação Contenção no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro
Arte/g1
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Reprodução/Redes sociais

Fonte: g1