Nascida em 17 de julho de 1925, Clara Charf celebrou seu centenário neste ano.
Divulgação/Associação Mulheres pela Paz
A ativista de esquerda Clara Charf, ex-companheira do guerrilheiro Carlos Marighella, morreu nesta segunda-feira (3) em São Paulo, aos 100 anos.
A morte foi confirmada pela Associação Mulher pela Paz, fundada e presidida por Clara Charf, que desde jovem se dedicou às causas sociais e os direitos femininos.
“Clarinha morreu de causas naturais. Estava hospitalizado há alguns dias, intubada. Dentre as diversas atividades dessa guerreira, foi também idealizadora e fundadora da Associação Mulheres pela Paz, da qual era presidenta. Deixa um legado de lutas pelos direitos humanos e equidade de gênero”, disse em comunicado a Diretora-Executiva da entidade, Vera Vieira.
“Associação Mulheres pela Paz Clara Charf foi grande. Foi do tamanho dos seus 100 anos. Difícil dizer que ela apagou. Porque uma vida com tamanha luminosidade fica gravada em todas e todos que tiveram o enorme privilégio de aprender com ela. Vá em paz, querida guerreira”, disse a entidade.
Ela foi casada com o guerrilheiro e político comunista Carlos Mariguela por vários anos. O marido dela foi assassinado pela ditadura militar em 1969.
Trajetória
Imagem do documentário ‘Marighella’, onde Carlos Mariguella aparece ao lado da esposa Clara Charf e seus familiares.
Divulgação
Nascida em 17 de julho de 1925 em Maceió, nas Alagoas, Clara Charf celebrou seu centenário neste ano. Ela militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), legenda a que se filiou aos 21 anos, além de ser uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT).
Filha de judeus russos que fugiram da perseguição antissemita no Leste Europeu, ela foi criada em Recife e desde jovem teve contato com militantes comunistas e se envolveu com a política brasileira. Sua trajetória é marcada pela luta e dedicação à democracia, aos direitos humanos e a amancipação feminina.
Durante o Regime Militar no Brasil, Charf participou da Aliança Nacional Libertadora e teve seus direitos políticos cassados pela ditadura em 1964.
Fonte: g1