
Trump ordena que Departamento de Defesa inicie testes com armas nucleares
A China fez um apelo nesta quinta-feira (30) para que os Estados Unidos não realizem testes nucleares, após o presidente Donald Trump ter emitido ordens para seu Departamento de Guerra retomar testes desse tipo.
Já a Rússia protestou e disse que não foi avisada com antecedência da decisão de Trump, além de ter ameaçado abandonar proibições globais contra testes nucleares. O governo russo também negou que dois exercícios realizados nos últimos dias com armamentos nucleares tenham sido testes nucleares.
“A China espera que os Estados Unidos cumpram de forma responsável as obrigações do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e seu compromisso com a proibição dos testes, adotem ações concretas para proteger o sistema global de desarmamento e não proliferação nuclear e mantenham o equilíbrio e a estabilidade estratégica global”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun.
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O pedido ocorreu horas após Trump ter dito em sua rede social que ordenou testes das armas nucleares americanas e culpou sua decisão por testes realizados por outros países. O presidente americano não citou nominalmente outros países, porém a Rússia e a Coreia do Norte tem realizado testes rotineiros com armamentos capazes de carregar ogivas nucleares. (Leia mais abaixo)
O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), citado pelo governo chinês, é um tratado global que proíbe os testes de armas nucleares e foi assinado em 1996 por 186 países, incluindo todas as potências nucleares à época: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China. A Coreia do Norte não é signatária.
Perguntado em coletiva nesta quinta sobre a decisão de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não tem conhecimento de nenhum teste de arma nuclear e disse que “o Burevestnik e o Poseidon não foram testes nucleares russos”.
Na A declaração de Trump ocorre após um teste russo anunciado pelo presidente Vladimir Putin. O governo afirmou que a Rússia testou um super torpedo nuclear submarino Poseidon com capacidade nuclear e declarou que a ação foi um “enorme sucesso”.
Na quarta-feira, Putin afirmou que seu Exército testou com sucesso um super torpedo nuclear submarino com capacidade nuclear e que teria o potencial de tornar cidades costeiras inabitáveis. Dias antes, no domingo, a Rússia já havia testado seu novo míssil nuclear Burevestnik, uma arma considerada “invencível” pelo presidente russo.
Trump retoma testes nucleares
Trump dá entrevista a bordo do Air Force One antes de chegar à Malásia, neste sábado (25).
Evelyn Hockstein/Reuters
“Os Estados Unidos têm mais armas nucleares do que qualquer outro país. Isso foi alcançado, incluindo uma atualização e renovação completa das armas existentes, durante o meu primeiro mandato. Devido ao imenso poder destrutivo, ODIEI fazer isso, mas não tive escolha! A Rússia está em segundo lugar, e a China vem bem atrás, mas estará em pé de igualdade dentro de cinco anos”, afirmou em uma rede social.
“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento da Guerra a começar a testar as nossas armas nucleares em igualdade de condições. Esse processo terá início imediatamente”, concluiu.
Segundo a agência de notícias Reuters, o último teste nuclear dos EUA foi realizado em 1992.
A declaração de Trump ocorre após um teste russo anunciado pelo presidente Vladimir Putin. O governo afirmou que a Rússia testou um super torpedo nuclear submarino Poseidon com capacidade nuclear e declarou que a ação foi um “enorme sucesso”.
“Poseidon é único em sua velocidade e profundidade de movimento. Não pode ser interceptado”, disse Putin.
Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia descreveram o Poseidon como uma nova categoria de arma de retaliação, capaz de gerar ondas radioativas no oceano para tornar cidades costeiras inabitáveis.
Este foi o segundo teste russo realizado nesta semana. Neste domingo (26), a Rússia já havia testado seu novo míssil nuclear Burevestnik, uma arma considerada “invencível” pelo presidente russo.
O exercício foi criticado pelo presidente americano Donald Trump, que devolveu uma ameaça de que seu país tem um submarino nuclear posicionado na costa da Rússia.
Segundo os EUA, a China mais do que dobrou o tamanho de seu arsenal, passando de cerca de 300 armas nucleares em 2020 para 600 em 2025. Autoridades militares estimam que o país terá mais de mil armas nucleares até 2030. Um desfile do Dia da Vitória em setembro exibiu cinco capacidades nucleares capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos.
Ainda de acordo com a Reuters, testes como esses fornecem evidências sobre o que qualquer nova arma nuclear é capaz de fazer — e se as armas mais antigas ainda funcionam.
Além de oferecer dados técnicos, o experimento seria visto na Rússia e na China como uma afirmação deliberada do poder estratégico dos Estados Unidos.
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Fonte: g1
