Em Belém para a COP30, gente de diversas partes do país se conecta por meio do grupo Beer Zone e fortalece, n festa, rede de profissionais que atuam no setor ambiental
BeerZone
Em meio à agenda oficial da COP 30, onde se discutem mudanças climáticas e políticas globais, um grupo de participantes decidiu transformar a conferência em uma verdadeira festa de integração cultural. Surgido de uma brincadeira entre amigos, o grupo “Beer Zone”, ativo em um aplicativo de mensagens instantâneas, tem agitado Belém com uma proposta simples, mas poderosa: unir visitantes de todo o Brasil à cultura local por meio de eventos colaborativos, rolês culturais e muito “rock doido”, termo que, na capital paraense, define as festas mais agitadas.
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Com mais de mil participantes, a iniciativa vem conectando pessoas de diferentes regiões do país e proporcionando uma imersão única na vida cultural de Belém- (veja os eventos mapeados).
O criador do grupo, Yuri Silva, biólogo de 33 anos, do Amapá, é um dos responsáveis por articular essa rede de conexões culturais que atravessa as fronteiras da conferência oficial. Em entrevista ao g1, ele explica como surgiu a ideia do Beer Zone.
“Depois de tantas COPs em países com regimes autoritários e de termos vivido a pandemia, a COP 30 no Brasil , um país festivo, acolhedor e rico em cultura, parecia ser a chance perfeita para aproximar os participantes da conferência com as iniciativas culturais locais. Começou como uma brincadeira entre amigos, mas a ideia de criar uma agenda colaborativa de eventos culturais, conectando as pessoas com a cidade e suas tradições, rapidamente tomou forma e se espalhou.”
O nome Beer Zone é uma brincadeira com os espaços oficiais da COP, como Blue Zone, Green Zone e Yellow Zone, mas traz o tom irreverente da cultura jovem e local de Belém. A proposta do grupo é muito mais do que reunir pessoas para festas e eventos: é uma forma de criar uma imersão na cultura amazônica.
A lista de eventos, que é constantemente atualizada e construída de forma colaborativa, reúne opções para todos os gostos: exposições de arte, passeios no jardim zoobotânico, rodas de carimbo, samba ao ar livre, festivais de rock e festas de technobrega nas famosas aparelhagens de Belém – um dos maiores símbolos culturais da cidade, onde DJs tocam batidas potentes, e o som é uma verdadeira celebração da criatividade da periferia local.
“O BeerZone é uma forma de mostrar que, além da agenda oficial da COP, existe toda uma Belém vibrante, pulsante, cheia de cultura e com muito a oferecer. A ideia é conectar as pessoas com as verdadeiras raízes culturais da cidade e criar um espaço de troca de experiências. Estamos vendo as pessoas dançando carimbó, explorando feiras de artesanato e curtindo o que há de melhor em Belém,” diz Yuri.
Essa agenda cultural já mapeou mais de 75 eventos, e cada participante tem contribuído com dicas e sugestões de rolês para incluir na lista, gerando uma ampla rede de troca. Yuri vê essa integração como uma maneira de humanizar o evento, proporcionando momentos de descontração que vão além dos debates climáticos.
Networking
Para Yuri, o BeerZone também é uma oportunidade de fortalecer laços institucionais e abrir portas para novos projetos. “Esses momentos de descontração e diversão também são importantes para fortalecer as conexões profissionais. Já fechamos algumas parcerias e estamos vendo um impacto positivo nas iniciativas locais, já que o grupo traz visibilidade para a cultura e o empreendedorismo de Belém”.
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BeerZone
Festa para conscientizar
Entre os eventos mais aguardados está a Festa Nossa Chance, organizada pelo grupo, que ocorrerá no dia 15 de novembro. Com um line-up que inclui nomes como DJ Nat Esquema, Félix Robatto, Mariza Black e DJ Maderito, a festa promete ser um dos pontos altos da programação. Mas, para Yuri, o mais importante não é apenas a diversão, mas como esses eventos também se tornam espaços para discutir temas importantes, como as mudanças climáticas.
“A festa é uma celebração, sim, mas também é uma forma de conscientizar e engajar. Usamos esses momentos para inserir discussões sobre o clima de uma forma leve e acessível para todos,” explica Yuri.
Ele acredita que, ao trazer a cultura para o centro da discussão, é possível fortalecer o movimento climático de uma forma única, engajando as pessoas não apenas com as questões ambientais, mas também com as realidades culturais e sociais da Amazônia.
A Beer Zone tem se mostrado um exemplo de como a cultura pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra as mudanças climáticas, e como a COP 30, com toda sua importância, pode se tornar também um espaço de troca, aprendizado e, claro, muita festa.
“O clima é feito de pessoas. As conexões que estamos criando são fundamentais para o fortalecimento de uma rede global de ação climática. E é isso que o Beer Zone representa: um lugar de encontro, de troca, e de celebração das nossas culturas e do nosso planeta”.
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Fonte: g1
