Dólar abre em queda com atenção voltada ao cenário externo e dados locais


Congresso pode votar corte de gastos; Haddad comenta
O dólar iniciou a sessão desta segunda-feira (3) em leve queda. Por volta das 9h15, a moeda americana recuava 0,03%, sendo negociada a R$ 5,3780. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Enquanto o Copom se prepara para mais uma decisão sobre os juros na quarta-feira (5), investidores acompanham sinais do exterior. A paralisação do governo americano continua afetando a divulgação de dados econômicos, enquanto o mercado acompanha indicadores privados e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
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▶️ O Boletim Focus foi divulgado às 8h25, com projeções atualizadas após os dados do Caged e do desemprego da última semana. A estimativa de inflação deste ano foi reduzida pela sexta semana seguida, para 4,55%.
▶️ Nos Estados Unidos, o impasse sobre o orçamento mantém o governo parcialmente paralisado há 34 dias. A ausência de consenso entre democratas e republicanos suspendeu a divulgação de indicadores-chave, como o payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI).
🔎 O atraso dos dados oficiais deixa investidores sem parâmetros claros sobre os próximos passos do Federal Reserve. Mesmo assim, parte do mercado segue apostando em corte de juros em dezembro.
▶️ Apesar das limitações, alguns números privados serão divulgados hoje nos EUA. Às 11h45 sai o PMI da indústria, seguido pelo índice ISM às 12h. No fim da tarde, estão previstos discursos de Mary Daly e Lisa Cook, integrantes do Fed.
▶️ Com o fim do horário de verão nos EUA, as bolsas de Nova York passam a abrir às 11h30 e fechar às 18h, o que altera também o expediente da B3. O pregão brasileiro encerrará no mesmo horário, enquanto os mercados de câmbio e juros mantêm o funcionamento normal.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,23%;
Acumulado do mês: +1,08%;
Acumulado do ano: -12,94%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +2,30%;
Acumulado do mês: +2,26%;
Acumulado do ano: +24,32%.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação deste ano pela sexta semana seguida, para 4,55%.
A expectativa faz parte do boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
➡️ Para 2026, a projeção permaneceu em 4,20% ;
➡️ Para 2027, a expectativa caiu de 3,82% para 3,80%;
➡️ Para 2028, a previsão recuou de 3,54% para 3,50%.
Já a projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%. Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,78%.
Em relação à taxa básica de juros, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros. Para o fim de 2026, a projeção continuou em 12,25% ao ano. Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,41. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou R$ 5,50.
EUA em paralisação pelo 34º dia
A paralisação parcial do governo dos EUA completa hoje 31 dias, aproximando-se do recorde histórico de 35 dias.
Apesar do agravamento dos impactos sobre a população e os serviços públicos, não há expectativa de que o impasse seja resolvido neste fim de semana. O Congresso só deve retomar as votações na próxima semana, mantendo o cenário de incerteza.
O bloqueio orçamentário é resultado de um impasse entre parlamentares sobre os gastos públicos. Embora haja sinais de que alguns congressistas estejam buscando um acordo, ainda não há clareza sobre os termos de uma possível solução.
Enquanto isso, os efeitos da paralisação se intensificam. Famílias de baixa renda temem a interrupção do programa de assistência alimentar (SNAP), que distribui cerca de 9 bilhões de dólares por mês a 42 milhões de pessoas.
O Departamento de Agricultura afirma que não poderá manter os pagamentos após 1º de novembro sem a aprovação de um novo orçamento.
Além disso, o setor aéreo também sente os reflexos. Atrasos e interrupções em voos já afetam até mesmo senadores, e líderes do setor expressaram preocupação em reunião na Casa Branca.
Em meio à pressão, o presidente Trump sugeriu eliminar o filibuster no Senado para encerrar o shutdown, mas enfrenta resistência dentro do próprio partido.
Bolsas globais
O mercado americano conseguiu recuperar parte das perdas da véspera nesta sexta-feira (31), impulsionado por resultados positivos de grandes empresas de tecnologia. Amazon e Apple divulgaram lucros acima do esperado, o que animou os investidores.
A Amazon teve forte desempenho graças ao crescimento do setor de computação em nuvem e ao aumento nas vendas, mesmo com a inflação. No terceiro trimestre, a companhia apresentou um lucro líquido de US$ 21,2 bilhões, alta de 38% frente ao mesmo período de 2024.
Já a Apple foi beneficiada pela boa recepção da nova linha de iPhones, apesar das tensões comerciais globais. O lucro líquido da companhia foi de US$ 27,46 bilhões, alta de 86,4% em relação ao ano passado.
Com isso, os três principais índices de Wall Street fecharam em alta. Enquanto o S&P 500 subiu 0,29%, aos 6,841.83 pontos, o Nasdaq Composite avançou 0,61%, aos 23,725.89 pontos. Já o Dow Jones Industrial Average teve ganhos de 0,08%, aos 47,562.13 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em queda, refletindo a cautela dos investidores diante dos balanços corporativos divulgados ao longo da semana.
Além disso, a decisão do Banco Central Europeu de manter os juros inalterados e a desaceleração da inflação na zona do euro reforçaram a percepção de que a economia segue dentro do esperado, mas sem grandes estímulos no curto prazo.
Os principais índices europeus registram perdas: o índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,5%. Na Alemanha, o DAX caiu 0,67%, enquanto o FTSE 100, no Reino Unido, teve baixa de 0,44%. Na França, o CAC 40 recuou 0,44%, e na Itália o FTSE MIB avança 0,06%.
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única. Na China, os investidores aproveitaram os ganhos recentes para realizar lucros, após os índices locais atingirem os maiores níveis em uma década.
A trégua comercial entre China e EUA, com promessas de redução de tarifas e retomada de compras agrícolas, perdeu força como fator de impulso, dando lugar à atenção sobre os resultados das empresas chinesas e à economia local.
O índice de Xangai caiu 0,81%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, recuou 1,47%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve queda de 1,43%.
Em contrapartida, o índice Nikkei, de Tóquio, subiu 2,12%, e o Kospi, de Seul, avançou 0,50%. Já Taiwan e Cingapura registraram leves quedas de 0,19% e 0,07%, respectivamente.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters

Fonte: g1 > Economia