Dólar abre em queda com mercado atento a discursos do Fed


‘A Amazônia é para o mundo como se fosse uma bíblia’, diz Lula na COP30
O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (7) em queda. Por volta das 9h15, a moeda americana recuava 0,02%, sendo negociada a R$ 5,3470. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O mercado segue em compasso de espera, de olho nas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e nos resultados corporativos que continuam movimentando a bolsa brasileira. No cenário local, a agenda econômica traz dados de preços e indústria, enquanto o presidente Lula participa de reuniões sobre a COP 30 em Belém.
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▶️ Nos Estados Unidos, investidores aguardam discursos de membros do Fed ao longo do dia em busca de sinais sobre a postura do comitê de política monetária sobre possíveis novos cortes de juros na reunião de dezembro.
▶️ No Brasil, os chefes de Estado e de governo que participam da Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, retomam os discursos na plenária geral sobre clima e meio ambiente.
▶️ O Ibovespa tende a refletir o impacto da temporada de balanços, com destaque para a Petrobras, que reportou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões no terceiro trimestre, alta de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024, e anunciou R$ 12,2 bilhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,94 por ação.
▶️ Entre os indicadores do dia, o IGP-DI de outubro foi divulgado às 8h, seguido pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro às 9h e, às 10h, pelos dados da produção industrial do mesmo mês, que devem ajudar a medir o ritmo da atividade econômica.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,59%;
Acumulado do mês: -0,59%;
Acumulado do ano: -13,46%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +2,54%;
Acumulado do mês: +2,54%;
Acumulado do ano: +27,48%.
Agenda econômica
Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI)
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 0,03% em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado veio abaixo da alta de 0,36% observada em setembro e foi menor do que a deflação de 0,22% esperada por analistas consultados pela Reuters.
Com o desempenho de outubro, o IGP-DI acumula queda de 1,31% no ano. Em 12 meses, o índice registra alta de 0,73%. Segundo o economista Matheus Dias, do FGV Ibre, o resultado foi influenciado pela redução nos preços de produtos agropecuários e de energia.
“No IPA, destacou-se a queda generalizada de produtos agropecuários com peso significativo na estrutura do índice, como café em grão, trigo em grão, soja em grão e leite in natura”, afirmou.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que representa 60% do IGP-DI, caiu 0,13% em outubro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), com peso de 30%, subiu 0,14%, desacelerando frente à alta de 0,65% em setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI), que responde pelos 10% restantes, avançou 0,30%, após alta de 0,17% no mês anterior.
Paralisação do governo americano no 37º dia
A paralisação do governo dos EUA chegou nesta quinta-feira ao 37º dia, consolidando-se como a mais longa da história do país. Os impactos econômicos se intensificam, com destaque para o setor aéreo.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, anunciou que haverá uma redução de 10% nos voos em 40 grandes aeroportos a partir de sexta-feira (7). “Vamos trabalhar com as companhias aéreas para fazer isso de forma organizada”, afirmou.
Com o shutdown, a assistência alimentar para cerca de 42 milhões de pessoas foi interrompida, deixando famílias sem os cerca de US$ 180 mensais. Funcionários federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, estão sem receber salários.
Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos de voos.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se durar mais uma semana, o impacto na economia pode chegar a US$ 11 bilhões.
A medida é uma resposta à escassez de pessoal, já que milhares de funcionários federais, incluindo controladores de tráfego aéreo, estão sem receber salários. A interrupção de serviços públicos também afeta programas sociais, como o auxílio alimentar, e preocupa famílias que dependem desses recursos.
No campo político, o presidente Donald Trump reconheceu que o shutdown teve impacto negativo nas eleições desta semana, em que os democratas venceram disputas importantes.
“Isso é muito maior do que a paralisação. É sobre a sobrevivência do nosso país”, disse Trump, ao defender o fim da regra do filibuster no Senado.
Enquanto isso, democratas mantêm a pressão por garantias na extensão de subsídios de saúde antes de concordarem com a reabertura. As negociações seguem, mas o impasse continua sem solução clara no horizonte.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados fecharam em queda, pressionados por preocupações com grandes empresas de tecnologia. Investidores também seguiram atentos à análise da Suprema Corte sobre as tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump.
Em meio à paralisação do governo — que limita a divulgação de dados oficiais, como o payroll e o CPI — os investidores têm se apoiado nos resultados das empresas para avaliar o desempenho da economia.
Os principais índices tiveram perdas significativas. O S&P 500 fechou em queda de 1,09%, aos 6.722,06 pontos, o Nasdaq recuou 1,90%, aos 23.053,99 pontos, e o Dow Jones caiu 0,84%, aos 46.913,65 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em queda, com os investidores aguardando a decisão do Banco da Inglaterra sobre a taxa de juros.
A expectativa de corte aumentou nas últimas semanas, com uma chance de quase de redução para 3,75%, bem acima da probabilidade de uma em dez registrada anteriormente.
No fechamento, os principais índices europeus tiveram perdas: o STOXX 600 recuou 0,72%, o DAX (Alemanha) caiu 1,31%, o FTSE 100 (Reino Unido) perdeu 0,42% e o CAC 40 (França) teve baixa de 1,36%.
Já os mercados asiáticos fecharam em altaa, impulsionados pelo otimismo em relação à autossuficiência tecnológica na China.
A valorização das ações de semicondutores e inteligência artificial ajudou o índice de Xangai a recuperar o patamar simbólico de 4.000 pontos, enquanto outras praças também acompanharam o movimento positivo.
No fechamento, o Nikkei (Tóquio) subiu 1,3%, o Hang Seng (Hong Kong) avançou 2,12% e o SSEC (Xangai) ganhou 0,97%. O CSI300 teve alta de 1,43%, o Kospi (Seul) valorizou 0,55%, o Taiex (Taiwan) subiu 0,66% e o Straits Times (Cingapura) fechou com alta de 1,36%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Dólar atinge a segunda maior cotação da história: R$ 5,86
Reprodução/TV Globo

Fonte: g1 > Economia