
EUA e Japão fecham acordo sobre minerais críticos e terras raras
O dólar abriu nesta terça-feira (28) em alta de 0,16%, cotado a R$ 5,3785. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O mercado inicia o dia acompanhando as negociações comerciais entre EUA e países asiáticos, que elevaram o apetite por risco na véspera. Apesar do otimismo, as bolsas globais perderam força após altas recentes, enquanto investidores aguardam a decisão do banco central americano sobre os juros.
O foco também está voltado para o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, que deve acontecer na quinta-feira (30), na Coreia do Sul.
▶️ Trump chegou ontem ao Japão em mais uma etapa de sua viagem pela Ásia. O presidente americano e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram nesta terça-feira um acordo para garantir o fornecimento de minerais críticos e terras raras por meio de mineração e processamento.
▶️A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulga às 10h o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de outubro. Já o indicador de confiança da construção, medido pelo FGV IBRE, recuou 0,7 ponto no mês, interrompendo o avanço em setembro.
▶️A semana também traz a expectativa de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Analistas esperam uma nova redução de 25 pontos-base na taxa básica americana, com a decisão prevista para amanhã.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,42%;
Acumulado do mês: +0,89%;
Acumulado do ano: -13,11%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,55%;
Acumulado do mês: +0,50%;
Acumulado do ano: +22,19%.
Encontro entre Lula e Trump
A reunião entre os presidentes Lula e Trump, no domingo (26), na Malásia, marcou um avanço nas negociações bilaterais entre Brasil e EUA, consolidando a aproximação entre os líderes, que já haviam se encontrado brevemente na Organização das Nações Unidas e por telefone em outubro.
No encontro, Lula destacou que o Brasil tem déficit comercial com os EUA, questionando a aplicação das tarifas de 50% impostas por Trump em agosto deste ano a produtos brasileiros, e pediu a suspensão temporária das taxas durante o período de negociação.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a reunião marca o início de um cronograma de negociações, abrangendo os setores afetados, inclusive minerais críticos e terras raras.
Além do comércio, os presidentes trataram de temas políticos e internacionais: a situação de Jair Bolsonaro, a tensão com a Venezuela, e a importância de o Brasil manter relações equilibradas com diferentes países. Lula reforçou que o país não aceita uma nova Guerra Fria entre EUA e Rússia.
Trump elogiou Lula, demonstrando empatia com o tempo em que ele esteve preso, e ambos mostraram interesse em visitas recíprocas futuras — Trump ao Brasil e Lula aos EUA.
Os presidentes demonstraram otimismo com a possibilidade de um acordo comercial ser fechado nas próximas semanas, após a entrega de uma lista de reivindicações brasileiras
A reunião também estabeleceu que o Brasil pode atuar como interlocutor entre EUA e Venezuela, embora detalhes da mediação ainda não tenham sido definidos.
EUA-China
Além da expectativa de acordo entre os EUA e o Brasil, o mercado também acompanha de perto as negociações entre o presidente Trump e o presidente chinês Xi Jinping.
Ao embarcar para o Japão nesta segunda-feira, Trump disse que os EUA e a China estão prontos para alcançar um acordo comercial, já que ele deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul durante sua turnê pela Ásia.
“Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, disse Trump aos repórteres no avião presidencial Força Aérea Um, vindo da Malásia. “A China está chegando e será muito interessante.”
Ainda neste domingo (26), autoridades econômicas dos dois países definiram os termos de um acordo que será analisado por Trump e Xi ainda esta semana.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que os dois países têm “uma estrutura muito bem-sucedida para os líderes discutirem na quinta-feira”.
Bessent disse que o acordo poderia adiar os controles de exportação da China e evitar novas tarifas de 100% sobre produtos chineses.
Também foram acertados os detalhes de um acordo para transferir a propriedade do aplicativo chinês de vídeos curtos TikTok para o controle dos EUA. A expectativa, segundo Bessent, é que Trump e Xi consigam concluir a transação na próxima semana.
Bolsas globais
As ações chinesas fecharam nesta segunda-feira em máximas de mais de 10 anos, impulsionadas pela expectativa de um acordo comercial entre EUA-China.
O índice de Xangai subiu 1,18%, o CSI300, que reúne as maiores companhias de Xangai e Shenzhen, avançou 1,19%, e o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 1,05%.
Segundo Kenny Ng, estrategista da Everbright Securities, o mercado reagiu positivamente às negociações, mas ainda aguarda confirmação de que os termos finais do acordo não trarão surpresas.
Os principais índices de Wall Street atingiram novos recordes nesta segunda-feira. Além da empolgação em relação às negociações EUA-China, a semana será carregada de balanços de grandes empresas de tecnologia e um provável corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.
O Dow Jones Industrial Average subiu 0,71%, aos 47.544,59 pontos. O S&P 500 teve ganhos de 1,22%, aos 47.544,59 pontos, e o Nasdaq Composite avançou 1,86%, aos 23.637,46 pontos.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
Fonte: g1 > Economia
