
Lula defende que Mercosul e União Europeia digam “sim” ao comércio internacional na próxima Cúpula
O dólar inicia a sessão desta segunda-feira (10) em queda. Por volta das 9h05, a moeda americana recuava 0,35%, sendo negociada a R$ 5,3173. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
A semana começa com os investidores atentos ao cenário político e econômico, tanto no Brasil quanto no exterior. Hoje, a expectativa gira em torno da divulgação do Boletim Focus e do início da COP30, enquanto os mercados internacionais reagem às negociações para encerrar o shutdown nos Estados Unidos.
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▶️ No Brasil, o mercado aguarda o Boletim Focus após a decisão do Copom. A continuidade da queda nas expectativas de inflação pode reforçar apostas em corte de juros já em janeiro.
▶️ Na sexta-feira, o Ibovespa superou os 154 mil pontos, puxado pela expectatia de corte de juros no Brasil e nos EUA, e com o recuo do dólar, que encerrou a sessão no menor nível em um mês, a R$ 5,3361.
▶️ Ainda no Brasil, as atenções se voltam para o início da COP30, em Belém (PA), marcando a primeira conferência global do clima no Brasil desde a ECO-92. O país deve aproveitar o evento para reforçar compromissos ambientais e destacar ações na Amazônia.
▶️ Nos EUA, os ativos sobem com o avanço das negociações para encerrar a paralisação do governo (shutdown). Senadores democratas indicaram apoio a um acordo que pode garantir financiamento para parte das agências até o próximo ano.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,81%;
Acumulado do mês: -0,81%;
Acumulado do ano: -13,65%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +3,02%;
Acumulado do mês: +3,02%;
Acumulado do ano: +28,08%.
Agenda econômica
Boletim Focus
Economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) ao fim de 2025 e dos próximos três anos, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda.
O resultado reflete a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada optou por manter a Selic em 15% ao ano e indicou que os juros devem permanecer nesse patamar por um período prolongado, sem sinalizar cortes no curto prazo.
As estimativas para a Selic seguem em 15% ao final de 2025, 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028.
Esta foi a vigésima semana consecutiva em que os analistas mantiveram a projeção para o fim de 2025.
Em relação à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as expectativas também foram mantidas: 4,55% para 2025, 4,2% para 2026, 3,8% para 2027 e 3,50% para 2028.
A meta oficial de inflação é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções para o crescimento da economia (PIB) permanecem em 2,16% para 2025 e 1,78% para 2026. Já o câmbio segue estimado em R$ 5,41 por dólar em 2025 e R$ 5,5 em 2026.
Falas de dirigentos do Fed
Em evento realizado em Frankfurt, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, afirmou que os juros estão próximos de um nível neutro — aquele que não estimula nem restringe a economia — e que, por isso, é necessário avançar com prudência.
“A política atual continua um tanto restritiva, mas nós a aproximamos do nível neutro. Portanto, faz sentido avançarmos lentamente em direção às taxas neutras”, disse.
Jefferson também defendeu o corte de 25 pontos-base realizado na semana passada como “apropriado”, citando riscos crescentes para o mercado de trabalho. Ele destacou que continuará avaliando os dados econômicos e os riscos antes de decidir seu voto nas próximas reuniões.
“Sempre adoto uma abordagem de reunião por reunião. Essa abordagem é particularmente prudente porque não está claro quantos dados oficiais teremos antes de nossa reunião de dezembro”, afirmou.
Enquanto isso, o Fed de Nova York divulgou dados sobre as expectativas dos consumidores.
A projeção mediana de inflação para o próximo ano caiu 0,2 ponto percentual, para 3,2%.
Já as expectativas para três e cinco anos permaneceram em 3,0%.
Por outro lado, a percepção sobre o desemprego aumentou: a probabilidade média de alta na taxa de desemprego subiu 1,4 ponto, para 42,5%.
A pesquisa também mostrou que os consumidores estão menos confiantes sobre encontrar emprego — a probabilidade caiu para 46,8% — embora a chance de perder o atual trabalho tenha diminuído para 14,0%. As famílias relataram melhora no acesso ao crédito, mas uma parcela maior espera piora na situação financeira pessoal no próximo ano.
Paralisação do governo americano no 38º dia
A paralisação do governo dos EUA chegou ao 38º dia nesta sexta-feira. A falta de acordo no Congresso continua a impedir o funcionamento pleno de serviços públicos, enquanto negociações avançam lentamente.
Líderes republicanos anunciaram que devem votar hoje um projeto revisado para tentar encerrar o impasse. A proposta prevê financiamento parcial para algumas agências e pode manter o governo funcionando até após o feriado de Ação de Graças.
Com o shutdown, a assistência alimentar (SNAP) para cerca de 42 milhões de pessoas foi interrompida, deixando famílias sem os cerca de US$ 180 mensais. Funcionários federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, estão sem receber salários.
Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos ou cancelamentos de voos.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se durar mais uma semana, o impacto na economia pode chegar a US$ 11 bilhões.
Enquanto isso, os efeitos da paralisação se intensificam. O Departamento de Transportes informou que haverá redução de 10% nos voos em 40 grandes aeroportos a partir de hoje, devido à escassez de pessoal. A medida deve afetar diretamente o tráfego aéreo e a logística em todo o país.
Além disso, um juiz federal ordenou que o governo libere os recursos integrais do SNAP para novembro, após considerar que o Departamento de Agricultura agiu de forma “arbitrária e caprichosa” ao oferecer apenas parte dos benefícios. O programa injeta mais de US$ 8 bilhões por mês na economia, e o atraso nos repasses preocupa tanto beneficiários quanto o setor varejista.
As negociações seguem, mas ainda sem consenso.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street fecharam sem direção única nesta sexta-feira, em uma semana volátil, conforme preocupações com a economia e com as valorização dos papéis no setor de tecnologia azedaram o humor dos investidores.
O otimismo em torno da inteligência artificial levou os mercados a marcar recordes de alta este ano, mas preocupações com a monetização da tecnologia e os gastos cíclicos dentro do setor diminuíram o entusiasmo com as ações dos EUA nos últimos dias.
O Dow Jones subiu 0,16%, a 46.987,10 pontos. O S&P 500 avançou 0,13%, a 6.728,81 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,22%, a 23.004,54 pontos.
Os mercados europeus também encerraram a semana em queda, em meio à volatilidade provocada por preocupações com os preços elevados das ações de tecnologia.
A paralisação do governo dos EUA e declarações recentes de autoridades do Federal Reserve também contribuíram para o clima de cautela.
No fechamento, os principais índices da região ficaram no vermelho: o STOXX 600 recuou 0,60%, o DAX (Alemanha) caiu 0,69%, o FTSE 100 (Reino Unido) perdeu 0,55%, enquanto o CAC 40 (França) registrarou queda de 0,18%.
Na mesma toada, os mercados asiáticos fecharam em baixa, apesar de acumularem ganhos modestos ao longo da semana.
Investidores ignoraram parte das preocupações globais com o setor de tecnologia, mas o movimento de correção se intensificou em mercados mais expostas à alta recente das ações de inteligência artificial.
Além disso, a China e os EUA anunciaram avanços nas negociações comerciais, incluindo uma pausa nas tarifas portuárias sobre embarcações ligadas ao gigante asiático.
No fechamento, o Nikkei (Tóquio) caiu 1,2%, o Hang Seng (Hong Kong) recuou 0,92%, o SSEC (Xangai) perdeu 0,25% e o CSI300 teve baixa de 0,31%. O Kospi (Seul) caiu 1,81%, o Taiex (Taiwan) recuou 0,89%, enquanto o Straits Times (Cingapura) foi exceção, com alta de 0,16%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
O dólar opera cotado acima de R$ 6,00 no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 9, estendendo ganhos frente ao real pelo quarto pregão consecutivo, diante do acirramento da guerra comercial entre os EUA e a China.
Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo
Fonte: g1
