Facções vivem da 'exploração do povo mais humilde', diz Lula ao assinar projeto de combate ao crime organizado

‘Vamos mostrar como se enfrentam as facções’, diz Lula ao assinar projeto antimáfia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (31) que o projeto de combate ao crime organizado, assinado por ele e enviado ao Congresso, vai mostrar “como se enfrentam as facções”. Afirmou ainda que as facções vivem de explorar o “povo mais humilde” do país.
“Eu estou assinando aqui para mandar um projeto de lei com urgência urgentíssima ao Congresso Nacional, que é um projeto de lei antifacção. Ou seja, nos vamos mostrar como é que se enfrentam as facções aqui neste país, como é que se enfrenta o crime organizado, como é que se enfrentam aqueles que vivem da exploração do povo mais humilde deste país”, afirmou o presidente em vídeo do momento da assinatura do projeto, postado nas redes sociais.
O envio do projeto ao Congresso ocorre três dias após uma operação da polícia do Rio de Janeiro contra a facção CV, nos complexos da Penha e do Alemão. A operação deixou 121 mortos, sendo 4 policiais. 113 pessoas foram presas e 10 menores foram apreendidos.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também presente na cerimônia de assinatura do projeto, afirmou que o texto prevê práticas modernas já aplicadas em outro país, como infiltração de agentes nas facções criminosas.
Lewandowski afirmou ainda que um dos focos vai ser descapitalizar o crime organizado — ou seja, secar a fonte do dinheiro.
“É um projeto moderno. É um projeto que vai combater esse flagelo nacional, que são as facções criminosas, que prevê fundamentalmente a descapitalização das facções criminosas, o aumento de pena para as lideranças das facções criminosas. Nós estamos também estabelecendo também medidas para o perdimento de bens que são arrecadados por essas facções criminosas”, explicou o ministro.
Lewandowski concluiu dizendo que o combate ao crime será feito com respeito ao Estado Democrático de Direito.
“É um grande avanço. É um combate enérgico às facções criminosas. Mas é importante dizer que elas serão combatidas dentro do Estado Democrático de Direito, como é próprio de um governo republicano, um governo moderno, um governo que respeita os direitos e garantias fundamentais”, declarou o ministro.

Fonte: g1