
Mais de 60% dos alunos do AC veem a escola como espaço de aprendizado e autoconhecimento
Mais de 60% dos estudantes acreanos do ensino fundamental 2 consideram a escola um ambiente propício ao aprendizado e ao autoconhecimento. É o que mostra o Relatório da Semana da Escuta das Adolescências, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).
O levantamento, feito em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Itaú Social, ouviu cerca de 16 mil adolescentes do 6º ao 9º ano em todo o estado. (Veja o perfil por cada série mais abaixo)
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Os dados revelam que, embora a escola siga sendo associada a um espaço de aprendizado, a percepção positiva diminui conforme os alunos avançam de série, principalmente em relação ao acolhimento e à participação.
“É preciso fazer com que o currículo da escola se torne mais próximo dos desejos, expectativas e necessidades das adolescências, que converse com os desafios dessa fase, repleta de conflitos”, destacou o diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC, Alexsandro Santos.
“As vozes desses adolescentes são um chamado para construirmos escolas que respondam às suas necessidades e aspirações”, complementou a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.
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6º e 7º anos: acolhimento e socialização ainda fortes
Entre os alunos do 6º e 7º anos, 68% enxergam a escola como um ambiente de aprendizado e autoconhecimento. Outros 67% associam o espaço ao acolhimento e pertencimento, e 66% o veem como local de relacionamento e socialização, sendo que 81% destes afirmam ter amizades significativas. Já 61% consideram a escola um ambiente de participação.
Quando o assunto é envolvimento nas decisões, 70% acreditam que todos podem se fazer presentes na vida escolar, mas apenas 52% percebem participação das famílias nas atividades.
Em relação aos temas de interesse:
53% dos estudantes priorizam as disciplinas tradicionais;
29% escolhem temas ligados ao corpo e ao socioemocional;
20% preferem áreas voltadas a habilidades para o futuro; e
15% para direitos e sustentabilidade.
A tecnologia aparece com destaque: 43% preferem atividades com mídias digitais e 35% se interessam por pesquisa científica.
Entre as formas de aprender, 36% valorizam trabalhos em grupo e 26% citam leituras como maneira eficaz de aprendizado.
Na convivência, 42% defendem mais jogos e competições para integrar os colegas, enquanto 35% pedem ações contra bullying, racismo e violências. Melhorias nos espaços escolares e mais segurança são apontadas por 31%.
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8º e 9º anos: queda na percepção de acolhimento e participação
Entre os alunos do 8º e 9º anos, 65% enxergam a escola como espaço de aprendizado e autoconhecimento, três pontos a menos que os mais novos. O sentimento de acolhimento cai para 60%, o de socialização para 56%, e o de participação para 51%, mesmo que 82% destes afirmem ter amizades significativas.
O envolvimento nas decisões também é menor: 62% dizem acreditar que todos podem participar da vida escolar, e só 46% percebem participação das famílias.
Sobre os temas que mais interessam:
41% dos estudantes priorizam disciplinas tradicionais;
27% escolhem corpo e socioemocional;
24% habilidades e futuro; e
14% direitos e sustentabilidade.
O interesse por autoconhecimento, autocuidado e saúde mental cresce para 25%, superando o dos mais novos (23%), enquanto artes e cultura caem para 23%.
As preferências por atividades também se mantêm próximas: 41% valorizam tecnologia e mídias digitais, 28% pesquisa científica e 35% aulas práticas.
No quesito convivência, 48% defendem jogos e competições, 31% pedem mais ações contra violências e 34% querem melhorias nos espaços físicos. 29% também citam a segurança dentro e fora da escola como prioridade.
Pesquisa traz dados sobre convivência no ambiente escolar no Acre
Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
VÍDEOS: g1
Fonte: g1
