
Cartão de crédito: portabilidade do rotativo e fatura mais clara
Entre faturas, boletos e parcelamentos no cartão, a conta continua pesando no bolso das famílias acreanas. É o que mostra a nova análise da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), divulgada na última sexta-feira (7), que aponta que 82% das famílias do estado seguiram endividadas em outubro.
A análise, feita com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o estado teve o maior percentual desde outubro de 2024, quando o total era de 76,1% de famílias endividadas.
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Segundo o levantamento, ao todo, 97.112 famílias no Acre afirmam ter algum tipo de dívida, seja com cartão de crédito, empréstimos, financiamentos ou contas básicas.
O número, segundo a Fecomércio, representa um crescimento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado, quando o total era de 90.678 famílias.
Mesmo com o índice elevado, a pesquisa aponta leve melhora nos atrasos, o número de famílias com contas vencidas caiu de 12,4% em setembro para 12,2% em outubro, o equivalente a 43.675 famílias. Dessas, cerca de 14,4 mil disseram não ter condições de quitar os débitos.
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Endividamento compromete renda de famílias com renda de até 10 salários mínimos
Reprodução/TV Globo
Famílias de baixa renda
A análise da Fecomércio mostra ainda que o peso das dívidas é mais sentido entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, que representam 31,3% do total de endividados. Entre os lares com rendimentos acima desse patamar, o percentual é de 27,4%.
O levantamento também indica que, mesmo com o aumento da intenção de consumo entre os acreanos, o alto nível de endividamento pode limitar as compras de fim de ano.
Segundo a pesquisa, a expectativa é que, durante a Black Friday e o período natalino, parte das famílias volte a recorrer ao crédito para manter o padrão de consumo, o que tende a pressionar ainda mais o orçamento doméstico e ampliar o número de endividados nos meses de dezembro e janeiro.
Em setembro, outro levantamento da Fecomércio já havia mostrado que 67% dos rio-branquenses tinham dívidas a vencer nos seis meses seguintes.
Ao nível nacional, o endividamento subiu pelo terceiro mês consecutivo e atingiu 79,5% das famílias, segundo a CNC.
Perfil
A pesquisa mostrou que a maioria dos devedores era de mulheres, com 53,5% deste público que afirmou ter contas a serem pagas, contra 46,5% de homens. Ainda no estudo, 33,3% da população afirmou estar desempregada.
Outro dado revelado pelo levantamento é de que a maioria (61,2%) dos devedores tem entre 16 a 44 anos.
Além disso, mais da metade dos endividados (57%) afirmou ter dificuldade para quitar dívidas, reforçando o peso do endividamento sobre o consumo das famílias na capital.
Lei contra endividamento
Em meio ao alto índice de endividados no Acre, o governo sancionou, em abril deste ano, uma lei que prevê a criação da política de combate ao superendividamento no estado.
Segundo a normativa, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) e de autoria do deputado estadual Afonso Fernandes, esta política tem como objetivo “promover a educação financeira, prevenir e tratar o superendividamento dos consumidores, garantindo a proteção do mínimo existencial e a inclusão social”.
A coordenação desta política será feita pelos órgãos estaduais responsáveis pela defesa do consumidor, com a participação de instituições financeiras, universidades, organizações da sociedade civil e demais atores.
VÍDEOS: g1
Fonte: g1
