Mesmo com ações judiciais, pacientes ficam sem insulina e insumos para tratar diabetes no interior de SP: 'A gente se sente humilhado'


Pacientes diabéticos reclamam da falta de insumos e insulina nos kits
Pacientes diabéticos de Birigui (SP) enfrentam dificuldade com a falta de insulina e insumos como lancetas, cateteres e reservatórios nos kits distribuídos pela Secretaria Estadual de Saúde, mesmo com decisões favoráveis da Justiça.
Em nota, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Araçatuba (SP) informou que os insumos utilizados pelos pacientes entrevistados pela reportagem vão ser entregues na quarta-feira (5). Já a Secretaria Estadual de Saúde disse que os trâmites podem sofrer variações conforme fatores como a falta de fornecedores.
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Além da própria insulina, os insumos que “alimentam” a bomba de infusão, como o reservatório, sensores de glicose, tiras de monitoramento e o cateter, que liga a bomba até o corpo para enviar o medicamento, estão em falta. Os dispositivos modernos duram em média um mês.
A determinação judicial obriga a secretaria a fornecer os insumos, que são usados para reposição da insulina e controle do nível de glicose no sangue.
A artista plástica Caroline Del Bianco Vargas tem diabetes tipo 1 há 37 anos. Em entrevista à TV TEM, ela disse que a última vez que recebeu o kit completo, com os dez itens, foi em fevereiro. Inclusive, segundo ela, a insulina não é entregue há seis meses, desde maio.
“Sempre falta algum produto, é muito difícil quando eles entregam todo o kit. Fica muito complicada a nossa situação, que depende disso, a gente não pode ficar sem. Eles são muito caros, por isso a gente entra na Justiça, para poder conseguir, e a gente se sente humilhado, tem que estar brigando todo mês para conseguir uma coisa que já está garantida. É uma briga constante”, lamenta a mulher.
O filho do representante comercial Mauro Fiorin Júnior também tem diabetes tipo 1 e está há três meses sem insulina. Por isso, a família acionou o advogado para entrar com uma ação judicial contra o Estado, pedindo o sequestro do dinheiro para conseguir pagar o tratamento. Cada frasco, de acordo com ele, custa em média R$ 140.
Os pacientes fazem parte da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), que atende o noroeste paulista, que tem um grupo nas redes sociais, na tentativa de lidar com a falta, para conseguir trocas, nas quais eles enviam itens que sobraram e recebem os que precisam.
“Através da associação, que a gente faz parte, a troca, a gente vai falando um com o outro, às vezes eu tenho que comprar, às vezes tenho que esperar o advogado fazer o sequestro de bens, porque é uma ordem judicial que tem que ser cumprida”, reforça Mauro.
Mauro Fiorin Júnior e Caroline Del Bianco Vargas enfrentam dificuldades para conseguir insumos para tratar diabetes em Birigui (SP)
Reprodução/TV TEM
Pacientes enfrentam dificuldades com insumos para tratar diabetes em Birigui (SP)
Reprodução/TV TEM
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Fonte: g1