
Corregedoria da Polícia Civil investiga sumiço de 220 armas de delegacia do Barreiro
A Polícia Civil de Minas Gerais descobriu o desaparecimento de cerca de 220 armas de fogo que estavam sob guarda da instituição após flagrar um suspeito portando um armamento que já havia sido apreendido anteriormente.
O caso, segundo interlocutores ouvidos pela reportagem, levou à abertura de uma investigação sobre um possível esquema de desvio de armas envolvendo servidores da 1ª Delegacia do Barreiro, no bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte.
A polícia não detalhou o modelo das armas apreendidas, mas informou que o material extraviado é composto por armamento de baixo calibre, muitas delas consideradas obsoletas.
De acordo com as informações, o suposto esquema foi identificado durante uma ocorrência de rotina registrada em Contagem.
Ao registrar a apreensão de uma arma, policiais constataram no sistema que o mesmo artefato já constava como confiscado em outra investigação e deveria estar armazenado nas dependências da delegacia. A checagem do acervo revelou que outros armamentos também haviam desaparecido.
A Corregedoria da Polícia Civil conduz a investigação e informou que o procedimento está em “estágio avançado”.
Em vídeo divulgado à imprensa, o delegado-geral da instituição, Rômulo Dias, afirmou que “a Polícia Civil reforça seu compromisso com a transparência e responsabilidade e o rigor na apuração dos fatos, reafirmando seu compromisso com a preservação da legalidade e da confiança da sociedade”.
Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, onde o caso foi registrado.
Thiago Phillip/TV Globo
Falta de centrais de custódia é apontada como possível causa
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) atribui o caso à ausência das Centrais de Cadeia de Custódia no estado.
Essas estruturas foram previstas na Lei nº 13.964, de 2019, o chamado “Pacote Anticrime”, e deveriam concentrar todos os materiais apreendidos pelas forças de segurança.
Segundo o presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, a inexistência dessas unidades facilita extravios e dificulta o controle de armas e outros objetos apreendidos.
“Essas armas não deveriam estar armazenadas em delegacias. Até hoje a Polícia Civil não liberou a verba para a construção da central, que ficaria sob responsabilidade do Instituto de Criminalística”, afirmou.
Até a última atualização desta reportagem, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais não haviam se manifestado sobre as alegações do sindicato.
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Fonte: g1
