Entenda 🚨Uma reportagem do portal Metrópoles revelou que o projeto que prometia transformar Águas Lindas de Goiás em um dos maiores polos industriais e tecnológicos do Brasil está parado. Avaliado em cerca de R$ 2 bilhões, o megaprojeto foi travado por uma disputa judicial entre a Prefeitura de Águas Lindas e a família Simonassi, dona das terras onde o empreendimento seria construído, na Fazenda Cachoeira Saltador.
O terreno, onde mora o caseiro Agnaldo Alves, de 75 anos, foi desapropriado pela prefeitura, que chegou a derrubar estruturas e cortar a energia elétrica do local. Sem o sistema antigo de água, Agnaldo precisou improvisar com pequenas bombas para puxar água do poço e continuar vivendo ali.
“Depois que levaram tudo, tive que me virar com bombinhas pra puxar água”, contou o idoso, que há décadas cuida da fazenda e dos animais da família Simonassi.
Segundo documentos obtidos pelo Metrópoles, o município depositou R$ 659 mil pela desapropriação, mas a Justiça avaliou o valor real do terreno em R$ 881 mil — uma diferença de mais de R$ 200 mil, que ainda não foi paga. Além disso, os advogados da família afirmam que o município não incluiu no orçamento os recursos necessários para as desapropriações, algo exigido por lei antes de tomar posse de uma área particular.
O impasse chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ainda não há uma decisão final. Enquanto isso, o projeto industrial, que contaria com 62 empresas brasileiras e chinesas e poderia gerar mais de 12 mil empregos diretos e indiretos, segue parado.
Em nota ao Metrópoles, a Prefeitura de Águas Lindas confirmou o impasse, declarou que a desapropriação foi feita dentro da lei e afirmou que apresentou uma nova proposta de acordo, mediada pela Justiça, com o objetivo de concluir o caso de forma amigável.
Enquanto o acordo não é fechado, o terreno continua vazio e o sonho de ver Águas Lindas se transformar em um grande polo industrial segue travado por um problema que poderia ter sido resolvido com planejamento e diálogo.