
Quatro advogados ligados ao Comando Vermelho são presos em operação no Amazonas
A Polícia Federal (PF) prendeu em Manaus, nesta quinta-feira (6), quatro advogados suspeitos de atuar no núcleo jurídico do Comando Vermelho (CV) no Amazonas. Segundo as autoridades, eles usavam a profissão para manter contato entre chefes da facção presos e membros que estão em liberdade.
Os advogados, segundo a PF, seriam ligados a um traficante conhecido como Alan do Índio, um dos principais conselheiros do CV que está entre os foragidos da megaoperação que ocorreu há 10 dias e terminou com 121 mortos no Rio de Janeiro.
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Os advogados foram identificados como:
Alisom Joffer Tavares Canto de Amorim
Gerdeson Zueriel de Oliveira Menezes
Janai de Souza Almeida
Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo
O g1 tenta localizar a defesa dos citados.
As investigações apontam que o grupo usava o direito de visita profissional para repassar bilhetes, ordens e dinheiro entre os chefes presos e integrantes do tráfico nas ruas. O objetivo seria garantir que as instruções dos chefes fossem cumpridas nas ruas.
Os advogados possuíam diferentes funções dentro da estrutura da facção, como:
Repassar ordens de chefes presos a integrantes que atuam no comércio de drogas;
Lavar dinheiro obtido com o tráfico;
Ajudar na logística de envio de drogas que vinha da Colômbia;
Coordenar represálias e negociações entre criminosos de diferentes estados;
Servir de elo entre chefes presos e pontos de venda de drogas no Amazonas.
Segundo a PF, essas ações permitiam que a facção mantivesse o controle das operações criminosas mesmo com chefes presos ou foragidos.
A polícia afirma que as prerrogativas da profissão estavam sendo usadas indevidamente para:
coordenar represálias e cobranças;
intermediar acordos entre estados;
e movimentar recursos ilegais da facção.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional Amazonas informou que membros da Comissão de Defesa das Prerrogativas Profissionais acompanharam o cumprimento dos mandados de busca, apreensão e prisão.
A entidade afirmou que eventuais violações às prerrogativas verificadas durante a ação estão sendo apuradas e que as providências cabíveis serão adotadas, inclusive com comunicação à autoridade judicial que expediu os mandados.
A OAB-AM ressaltou ainda que permanece vigilante e presta toda a assistência necessária aos advogados e advogadas, reafirmando o compromisso com a defesa das prerrogativas da advocacia e com o Estado Democrático de Direito.
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A operação
A Operação Roque busca impedir que ordens criminosas continuem sendo repassadas dentro e fora das prisões, inclusive com alcance interestadual e internacional, informou a PF.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais na capital amazonense. Foram apreendidos dinheiro, carro, documentos e computadores.
Advogados foram presos durante operação em Manaus na manhã desta quinta-feira (6).
Rede Amazônica
Fonte: g1
