
Britânica se apresenta neste sábado em SP.
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Desde “Brat”, de Charli xcx, lançado em 2024, vem crescendo a proximidade da música pop com a cena clubber. Diversos nomes do mainstream, como Demi Lovato, passaram a investir em sons com alusões às pistas de dança.
Um desses nomes é o da britânica Rose Gray, de 28 anos, que lançou em janeiro deste ano o disco “Louder, Please”, que lhe deu, além de reconhecimento, mais de 1 milhão de ouvintes mensais na plataforma Spotify.
Rose, que vem ao Brasil pela primeira vez neste fim de semana, conversou com o g1 enquanto atravessava a cidade de Londres de carro.
“Você está fazendo um minitour por Londres. Eu estou realmente torcendo para a gente passar por um dos meus pôsteres, um dos meus outdoors, porque eu sei que eles estão espalhados por East London. Te aviso se eu me vir. Acho que ninguém nunca se acostuma com isso”, afirmou Rose.
Ela tem duas apresentações no Brasil, ambas pelo Zig Festival, realizado pela balada Zig, que tem sede em São Paulo. Um dos shows é na Fabriketa, no Centro da capital paulista, neste sábado (8), e o outro acontece em 14 de novembro, no Rio de Janeiro.
Rose tem um disco lançado e sua versão deluxe, além de um EP, “Dancing, Drinking, Talking, Thinking”, de 2021. E classifica seu som como um eletrônico introspectivo: batida acompanhada de letras fortes para literalmente chorar na pista de dança.
“Passei muito tempo escrevendo música. Eu amo fazer música — mas sinto que com ‘Louder, Please’ eu finalmente encontrei um som e um mundo que são muito meus. E também encontrei as pessoas com quem eu realmente amo trabalhar. Nos meus lançamentos anteriores, já dá para ouvir momentos disso, dessa conexão com essa vibe, mas eu ainda estava me encontrando como artista”, afirmou.
“Descobri que a minha voz e minhas histórias funcionam muito bem em sons mais eletrônicos. Mas, para mim, isso nunca exclui a composição. Eu sou compositora. Eu amo letra. Então, mesmo quando minhas músicas são superclubber e dançantes, tem sempre um foco real no sentido, na narrativa, na construção da história. É tipo uma dance music introspectiva, tipo a Robyn”, completa.
Clubbers também choram
Rose tem 28 anos.
Divulgação/Rauri Cantelo
Entre as parcerias de “A Little Louder, Please (Deluxe)”, estão nomes que dominam uma pista de dança — entre eles a paranaense Clementaum, um dos nomes mais interessantes e em crescimento da noite de São Paulo.
“A gente se seguiu quando o álbum saiu — e eu comecei a perceber que, todo domingo de manhã em Londres, eu acordava e via uns 20 stories de DJs brasileiros, clubbers, todo mundo me marcando. E, muitas vezes, era a Clementaum. Era ela. E a gente começou a conversar. Então, quando eu fiz o deluxe, eu já sabia que precisava ter influência brasileira e artistas brasileiros ali dentro. Era muito importante para mim. A música ficou incrível. E você percebeu que eu estava cantando em português?”, disse Rose.
Sim, ela canta em português na música “Just Two — Clementaum’s ABRISA Remix”. A britânica fala palavras como “dança”, “tambor”, “amor” e “correr”.
Sobre as expectativas para vir ao Brasil, Rose disse que ainda estava arrumando a mala e pensando em quais roupas poderia usar para ser vista por seus fãs.
“É meio louco. Eu estou muito animada, sinto que esperei muito para isso acontecer. Ainda preciso arrumar a mala e estou pensando muito no que levar, porque sinto que preciso chegar já com os looks prontos. Mas, ao mesmo tempo, a vibe que eu tenho dos brasileiros é que todo mundo é muito autêntico — então eu estou pronta. Acho que qualquer coisa que eu leve vai funcionar”, afirma.
Maximalismo visual
Capa do A Little Louder, Please (Deluxe).
Reprodução
Uma das coisas que mais viralizou com o crescimento de Rose foi a capa do seu disco, reproduzida milhares de vezes pelas redes sociais. Na imagem, ela aparece em uma praia, segurando um discman com outras quatro pessoas ao fundo. Rose está gritando.
Na versão deluxe, é a mesma cena, mas dentro de uma nave. Para ela, a ideia é ornar a capa com o som que foi produzido, entregando a sensação de maximalismo.
“Eu queria criar um cenário, uma cena divertida. A gente fotografou em Barcelona, e eu estava com vários amigos. Não tinha orçamento, não tinha dinheiro, então todos os meus amigos me ajudaram. Minha cabeleireira está na foto, sabe? A gente realmente estava se divertindo enquanto fotografava. E acho que isso fica claro na imagem”, afirma.
Quando questionada se sua capa pode servir de inspiração para outros artistas, Rose diz que existe essa possibilidade.
“Acho que existe uma coisa que eu chamo de ‘espaço de ideias’ — onde, em certos momentos da história, artistas, pintores, escritores, músicos estão sendo influenciados pelas mesmas referências ao mesmo tempo. Então, naturalmente, a arte que a gente cria acaba ficando um pouco parecida”, completa.
SERVIÇO:
Zig Festival
📅 Quando? Sábado (8), a partir das 17h
📍 Onde? Fabriketa | Rua do Bucolismo, 81 — Brás, Centro de SP
💲 Quanto? A partir de R$ 300
➡️Mais informações e ingressos
Fonte: g1 > Pop & Arte
