Tutora afirmou que encontrou o cachorro dela com pata sangrando, unha pendurada e lesão no rosto após deixá-lo em pet shop
Arquivo Pessoal
Samantha do Carmo, técnica de enfermagem de 41 anos, afirma que seu cachorro shih tzu, Fred, sofreu maus-tratos durante um banho e tosa em um pet shop de Santos, no litoral de São Paulo. Ela disse ao g1 que levou o animal ao local sem ferimentos, mas ele saiu com a pata sangrando, uma das unhas pendurada e uma lesão no rosto.
O caso ocorreu na tarde da última terça-feira (4), na Rua Flamínio Levi, bairro Saboó. A denúncia foi registrada no 5º Distrito Policial como crime ambiental, categoria que inclui abuso contra animais.
Em nota, o Petland do Saboó afirmou que Fred chegou ao estabelecimento com ferimento preexistente no rosto. Segundo a empresa, o cão tentou remover a focinheira durante o atendimento e fraturou uma das unhas (veja mais abaixo).
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Samantha contou que deixou Fred por volta das 14h e voltou às 16h30, após o pet shop ligar para o marido dela informando que o procedimento havia sido finalizado.
Ao buscá-lo, percebeu os sinais de ferimento. Segundo a tutora, uma atendente disse que o cachorro estava com uma lesão no rosto.
“Deu a entender que a culpa foi do cachorro porque ela disse que ele não ficava quieto”, afirmou. A funcionária teria indicado uma pomada de uso humano para tratar o ferimento.
Como precisava buscar a filha na escola e ainda iria trabalhar, Samantha saiu com Fred sem acionar a PM. Mais tarde, compartilhou a situação com o marido, que considerou um absurdo.
Ela afirma que o pet shop não entrou em contato para pedir desculpas ou oferecer ajuda. Desde então, tem feito curativos com soro e gaze em casa.
Traumatizado
Samantha disse que essa foi a terceira vez que levou Fred ao local. Na primeira, o atendimento foi bom. Na segunda, notou escoriações, mas relevou.
“Mas aí chegar a esse ponto foi o estopim. Não vou levar de novo para pegar meu cachorro morto”, disse.
O serviço custou R$ 90, com R$ 10 adicionais por uso de shampoo. A tutora pretende levar o caso à Justiça. “Quero uma indenização porque aí ela aprende a trabalhar melhor para os clientes dela. […] O ganha pão dela é os bichinhos que ela mal atende.”
Ela considera Fred como um “filho de quatro patas” e afirma que ele ficou traumatizado. “A gente coloca coleira nele e ele já começa a se urinar, a ficar trêmulo. Para entrar e sair do carro, ele começa a chorar”.
Unha que estava pendurada na pata de Fred após procedimento de banho e tosa em pet shop de Santos caiu
Arquivo Pessoal
O que diz o pet shop?
O Petland do Saboó disse que, devido ao comportamento agressivo de Fred, foi necessário o uso de focinheira, medida de segurança comum. Segundo a empresa, o animal tentou removê-la e fraturou a unha. A equipe teria prestado primeiros socorros e recomendado que a tutora procurasse um veterinário.
A empresa afirma que os tutores não buscaram atendimento veterinário e optaram por fazer publicações ofensivas nas redes sociais.
“O Petland do Saboó repudia veementemente qualquer ato de maus-tratos e reitera seu compromisso com o bem-estar animal e a transparência no atendimento. Todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para resguardar a honra e a reputação da empresa e de seus colaboradores”, afirmou.
Tutora de Fred alega que o pet shop não entrou em contato para perguntar sobre o animal, pedir desculpas e oferecer ajuda após o ocorrido
Arquivo Pessoal
Veja também:
O g1 explica, no vídeo abaixo, que ferir, mutilar, envenenar, abandonar, deixar sem alimentação e sem água ou exposto ao sol e a chuva configuram o crime de maus-tratos contra animais, segundo a legislação brasileira, com pena de 3 meses a 1 ano de detenção, podendo aumentar em caso de morte. Confira como denunciar:
O que fazer em casos de maus-tratos a animais?
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Fonte: g1