UFSC desenvolve 1º satélite 100% nacional lançado do Brasil para monitorar o clima; veja data


Veja as características dos satélites da UFSC que serão lançados no espaço
🛰️O Brasil vai lançar, até o fim de novembro, o primeiro satélite com tecnologia 100% nacional. Desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, o equipamento será usado para coletar dados ambientais (confira abaixo sobre o lançamento).
O satélite faz parte de uma constelação criada para monitorar e coletar dados ambientais em todo o país. Por serem menores, esses equipamentos podem integrar o sistema brasileiro de coleta de dados, usado para prever o tempo e acompanhar mudanças ambientais.
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O projeto foi desenvolvido por professores e alunos no Laboratório de Pesquisa em Sistemas Espaciais (SpaceLab), da UFSC. A aluna Maria Eduarda Rezende, do curso de engenharia mecânica, destacou a troca de experiências entre diferentes áreas como um dos pontos fortes do projeto.
“A gente atua em diversas áreas. Tem o pessoal da engenharia elétrica, eletrônica, materiais, mecânica, eu sou da mecânica. Então acho que é uma troca muito interessante, principalmente para a gente poder crescer dentro da engenharia”, disse a aluna Maria Eduarda Rezende.
O trabalho começou há cinco anos e agora está na fase final, com o lançamento em órbita previsto para este mês. O sucesso foi tão grande que a UFSC conseguiu incluir um segundo satélite na mesma missão, o que vai ampliar os testes da nova tecnologia.
🚀Lançamento
A Força Aérea Brasileira prevê o lançamento para o dia 22 de novembro. Ao todo vão ser cinco satélites e três experimentos no mesmo foguete.
De Florianópolis, os satélites foram levados para base de Alcântara, no Maranhão, de onde vão ser lançados. Uma parceria com a agência espacial brasileira e uma empresa privada da Coreia do Sul vai garantir que o lançamento seja feito sem custos para a universidade.
Confira os detalhes do lançamento:
🚀os satélites vão ser lançados em um foguete, a cerca de 300 km de altitude
📅eles vão ficar cerca de 4 semanas do espaço
🌎os satélites vão dar 19 voltas ao redor da Terra, coletando dados
🔎De lá as informações voltam para a universidade para o processamento e rastreamento
“A gente tem um acesso remoto à estação de Natal, estação terrestre deles, e a gente consegue se comunicar com ela e ter esse acesso, ao os dados aqui, fazer todo o processamento, todo o rastreamento do satélite. A gente processa os dados e armazena aqui”, explicou a mestranda em engenharia elétrica, Victoria Beatriz Bianchini.
Satélites feitos pela UFSC têm entre 1 e 2 kg, enquanto tradicionais pesam meia tonelada
Reprodução/NSC TV
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🔎Monitoramento
Todo o equipamento é feito na universidade, incluindo o projeto das placas, software e a parte mecânica. O objetivo é validar o uso de satélites menores para monitorar temperatura, umidade e outras variáveis ambientais.
Esses dados vão ajudar, por exemplo, a prevenir eventos extremos, como as enchentes.
“Existem estações de coleta de dados ambientais, estações meteorológicas, espalhadas por todo no Brasil e a nossa ideia é usar uma tecnologia desenvolvida no Brasil também para fazer essa coleta de dados”, explicou Eduardo Augusto Bezerra, professor do SpaceLab.
O modelo desenvolvido na UFSC pesa entre um e dois quilos, enquanto satélites tradicionais chegam a meia tonelada. Segundo os pesquisadores, a compactação permite equipamentos mais modernos, leves e econômicos. O menor deles têm 10 centímetros.
Na sala onde os satélites são manuseados, os pesquisadores usam roupas especiais e luvas para evitar qualquer tipo de contaminação no equipamento.
“A gente não pode deixar nada de impureza entrar no case e também precisa garantir que durante o transporte, por conta de toda a turbulência, o satélite tenha interferência. Por isso todas essas espumas e proteções”, explicou o pós-graduando em engenharia elétrica João Cláudio Elzen Barcellos.
Pesquisadores usam roupa especial e caixa com espumas para proteger satélites
Reprodução/NSC TV
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Fonte: g1