
Famílias homenageiam entes queridos no Dia de Finados em Rio Branco
Entre arranjos coloridos, velas acesas e orações baixas, o feriado nacional de Dia de Finados reúne milhares de famílias nos cemitérios de Rio Branco neste domingo (2). É um momento de saudade, mas também de reencontro com memórias que o tempo não apaga.
Entre os visitantes, a aposentada Francisca de Souza, de 71 anos, mantém uma tradição que já atravessa quase quatro décadas. Viúva desde 1985, ela visita todos os anos o túmulo do marido no cemitério Jardim da Saudade.
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“Eu gosto de vir todos os anos, venho desde 1985 e limpo o túmulo dele. Já pensou ter um parente aqui e o túmulo todo feio, todo sujo?”, disse.
Além disso, a viúva também acende velas para o marido falecido. ”Acender a vela é importante pra mim. Eu me sinto feliz, é uma homenagem para ele”, contou.
A prefeitura da capital estima que até 50 mil pessoas passem pelos cemitérios ao longo do dia. O São João Batista é o mais antigo da capital e concentra boa parte dos visitantes.
Nele estão sepultadas mais de 80 mil pessoas, entre elas o ex-governador Edmundo Pinto, cujo túmulo segue sendo um dos mais visitados.
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Túmulo do ex-governador Edmundo Pinto é um dos mais visitados em Rio Branco
Jhenyfer de Souza/g1 Acre
Empreendimentos
Nas redondezas, o colorido das flores chama a atenção de quem passa. A empreendedora Ana Líbia de Oliveira, de 62 anos, há mais de duas décadas transforma o EVA em pétalas, folhas e arranjos que ajudam a manter viva a lembrança de quem partiu.
Todos os anos, no Dia de Finados, ela chega em frente ao cemitério às 5h e só encerra o dia por volta das 17h. Mesmo percebendo uma queda nas vendas nos últimos anos, ela diz que continua grata. “A movimentação diminuiu mas a gente tem vendido bem, graças a Deus”, disse.
Segundo ela, foi a irmã quem a ensinou a fazer as flores. Agora, a filha e a neta também seguem o mesmo caminho e ajudam na produção.
“Minha irmã fazia as flores em Porto Velho e me deu umas dicas. O resto foi surgindo na minha cabeça, fui aperfeiçoando e agora minha filha e minha neta me ajudam”, contou.
Ana tira os moldes das plantas naturais, observa o formato das folhas e transforma o material em flores que variam de R$ 2 a R$ 60. “Eu desenho no EVA, corto, tinjo as folhas, monto, esquento e coloco na forma da pétala”, explicou.
Dia de Finados em Rio Branco movimenta o comércio
Jhenyfer de Souza/g1 Acre
Homenagens
Enquanto uns trabalham e outros homenageiam, há quem tira o dia para celebrar a memória de quem ainda inspira.
A analista clínica Ana Fernandes, de 27 anos, visita o túmulo da bisavó, que a chamava carinhosamente de “cachinhos dourados”, apelido que, até hoje, desperta lembranças afetuosas.
“Pra gente, hoje não é motivo de tristeza. Acredito que vamos para um lugar melhor. É um dia que nos reunimos, relembramos”, contou emocionada.
A jovem mencionou ainda o bisavô, que hoje tem 99 anos e costuma brincar sobre a própria partida. “Ele chega até a falar que quer um ar-condicionado para não passar calor”, ressaltou.
Já o aposentado Antônio Mendes, de 60 anos, também leva flores todos os anos para o túmulo da mãe falecida. Segundo ele, mesmo com a partida dela, o legado ficou.
“A minha mãe é a coisa mais importante para mim. Ela partiu e deixou um legado muito importante na vida da família. Sempre foi uma mãe presente”, completou.
Famílias homenageiam entes queridos no Dia de Finados em Rio Branco
Jhenyfer de Souza/g1 Acre
VÍDEOS: g1
Fonte: g1
